Indústria metalúrgica precisa de 10 mil trabalhadores

Com um crescimento nas exportações na ordem dos 40%, a indústria metalúrgica e metalomecânica necessita de 10 mil trabalhadores imediatamente. A robotização e automação “já é uma realidade” e, por isso, essa pode ser uma boa aposta. A metalomecânica e a metalúrgica constitui já “o sector mais exportador da economia portuguesa”. Para que continue a crescer como tem crescido desde 2010 são precisos cerca de 10 mil trabalhadores. No entanto, até ao final do ano este número pode duplicar. Existem cada vez mais autómatos na indústria, porém, são também precisos trabalhadores industriais qualificados O vice-presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP), Rafael Campos Pereira, declarou que a indústria metalúrgica poderia “ter mais 10 mil trabalhadores, no mínimo, se fosse possível encontrá-los”. Afirmou ainda que, se a indústria continuar assim, a situação vai ser dramática, “visto que as empresas não vão ter trabalhadores”. A substituição de postos de trabalho pelas áreas da automação e robotização é real, mas Rafael Campos Pereira afirma que é na formação de profissionais da indústria que se deve apostar. Serão necessários 20 mil operários da indústria metalúrgica até ao final deste ano. “É preciso, para já, assegurar a formação para a indústria que temos (…) e começar a pensar nas empresas que viremos a ter”. Portugal é o quarto país que mais exporta produtos da indústria metalúrgica. Acima de Portugal ficam Espanha, Alemanha e França. No primeiro quadrimestre do ano, as exportações cresceram cerca de 16% e a tendência é que continuem a crescer. No entanto, a falta de mão de obra é uma das grandes preocupações do sector.  

Onde estão as novas empresas da indústria metalúrgica e metalomecânica?

Segundo o vice-presidente da associação, tem aberto um número significativo de empresas com investimento directo estrangeiro. Desta forma, o número de operários em falta irá certamente duplicar. Só este ano abriu uma unidade em Estarreja e outra em Évora com investimento francês. Para a segunda, esperam-se 80 trabalhadores até ao final do ano e 300 até 2020. Abriram também unidades em Águeda e no Porto.

Fonte: Dinheiro Vivo